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terça-feira, 8 de janeiro de 2019

Viajando para Conservatória





 Todo sabe que Conservatória é a cidade da seresta, mas nem todo mundo sabe muito bem como aproveitar a cidade.
  A cidade, que na verdade é um distrito de Valença, mantém um calendário de eventos que começa em Janeiro e só termina em Dezembro – isso também eleva o preço dos hotéis e pousadas e mantém a “cidade” cheia o ano inteiro.









  Antes mesmo de a seresta ir para a rua, há uma reunião de seresteiros que começa às oito e meia na Casa de Cultura de Conservatória.
 Mas o que há para fazer durante o dia?
 A cidade é muito pequena, não há muitos atrativos, mas há alguns pontos que você não pode deixar de ir como a Cachoeira da Índia.









 A cachoeira é um local apenas para visitar, não dá para tomar banho no local. Tudo parece um pouco abandonado, mas há um restaurante no local e uma estátua de bronze que se supõem ser a “índia”.









  O Túnel que chora, cujas águas dizem milagrosas.
 O túnel Maria Komaid Nossar foi inaugurado em 1883, com a presença da família imperial, para criação de uma ferrovia para transporte do café. Feito por escravos, todo de pedra bruta, sem revestimento, o túnel tem 95m de extensão, 5m de largura e 3,5m de altura. Para a escavação, foram necessárias duas frentes de trabalho, uma de cada lado da montanha, que se encontraram no centro do túnel. É iluminado com lampiões antigos e tem piso pé-de-moleque. Em seu interior há uma fonte de água pura e ele é chamado de Túnel que Chora pela água que corre constantemente em suas pedras.









 Dê uma passada na Ponte dos Arcos para tirar uma foto.
 A ponte dos arcos foi construída entre 1877 e 1883, pela extinta estrada de ferro Santa Isabel, foi inaugurada por Dom Pedro II em 1884, e desde que passou por ela o último trem em 1963, a ponte se tornou uma atração turística da localidade, sendo uma das mais antigas pontes da rede ferroviária que ainda se conserva em pé. A Ponte dos Arcos possui 100m de extensão, 12m de altura e 4m de largura e foi construída em pedra, cal e óleo de baleia. Compõe-se de dois arcos plenos, construídos à maneira egípcia, com pedras justapostas, funcionando a tração e compressão. Sua base é constituída de grandes pedras sobrepostas e o corpo da ponte com pedras menores e roliças, situa-se na estrada Conservatória / Santa Isabel do Rio Preto, as margens do rio da Prata, junto a uma pequena cachoeira, entre morros.









 A locomotiva no centro da cidade.
 Fabricada nos Estados Unidos em 1910, a Locomotiva 206 foi muito solicitada para as viagens pelo Vale do Café durante os anos de 1920 até 1935. A viagem transcorria na maior animação, com banda tocando e o povo cantando. Na chegada em Conservatória era costume o maquinista acionar o apito antes do túnel, e na chegada ele tocava o sino. Na estação o povo ansioso aguardava a chegada da locomotiva.









 Posso confessar que ainda não conheço, por isso tenho que voltar.
 Mas é uma réplica do Cine Metro da Tijuca e no local passam alguns trailers de filmes.
 Assista a um show no Teatro Sonoro.
 É um lugar para se ouvir músicas maravilhosas em um show primoroso! Os espetáculos acontecem sempre aos sábados e vale muito à pena.
 Bem pertinho de Conservatória tem o Quilombo São José da Serra.









 O Quilombo SãoJosé da Serra é formado por descendentes de escravos que vieram do Congo, da Guiné e principalmente de Angola e moravam nas terras da Fazenda São José da Serra. É o mais antigo quilombo do Estado do Rio, formado por volta de 1850. Localizado em uma área de 476 hectares na Serra da Beleza, após o distrito de Conservatória, ele abriga cerca de 150 quilombolas, que mantêm as tradições africanas.
 É um lugar para conhecer parte das raízes do nosso país.











 A fazenda foi usada nas gravações da novela Terra Nostra e quando fomos fizemos um tour guiado muito informativo.
A Santa Clara talvez seja a maior propriedade rural do século XIX ainda existente. Atualmente possui 6 mil metros quadrados de área construída, 46 quartos, 14 salões, 1 Capela, 2 terreiros de café, masmorra, senzala e outras dependências. Os terreiros de café possuem piso feito com conchas e óleo de baleia. A masmorra, revestida com madeira para que não houvesse fuga, ainda guarda vários instrumentos de tortura. Também há um mirante na parte superior de uma das edificações, ali ficava um vigia para a proteção da propriedade. Neste mesmo mirante a um grande relógio de origem Alemã de 1840, ainda em funcionamento. Este grande complexo cafeeiro já serviu de cenário para o seriado “Abolição”, exibido em 1988, e também para a novela “Terra Nostra”, em 1999.
 Cheia de histórias e supertições, a fazenda é enorme e guarda muitos segredos. O que mais impressiona é a senzala, pois mantém peças originais da época da escravidão.
  Uma coisa que se deve ter em mente antes de visitar a cidade é que ela vive em função da seresta, portanto, apenas as sextas-feiras e sábados que tem movimento. No domingo as pessoas começam a ir para casa.
 A maioria das pousadas nem abre nos outros dias da semana.
 Então o que você achou?
 Já foi a Conservatória?

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