História:
Antes de
entender o parque, temos que entender a história do local.
São João Marcos
era uma linda cidade com dezenas de ruas, praças, duas igreja, um teatro, um
hospital, uma escola e até uma cadeia.
A Cidade foi fundada em 1739 e por tem uma
localização privilegiada, acaba se tornando berço da aristocracia rural,
entretanto, com o declínio do café e o fim da escravidão, a cidade acabou
perdendo parte da sua importância.
São João Marcos
teve a primeira estrada de rodagem do Brasil, dada a prosperidade do local.
Entre 1905 e
1907 o distrito rural da cidade foi comprado pela concessionária de energia
para a construção de uma usina e acabou transformando o Rio das Lajes em um
grande lago artificial trazendo um enorme surto de malária que se alastrou pela
região.
A cidade
parecia estar mesmo fadada à destruição, pois trinta anos a concessionária
mostrou intenção de elevar o nível de água da represa e, com isso, a cidade seria
inundada.
Na tentativa de
salvar a cidade, a cidade foi tombada pelo patrimônio histórico em 1939, mas em
1940, Getúlio Vargas “destombou” a cidade, permitindo a sua destruição.
As famílias
foram indenizadas – daquela maneira que a gente sabe que o governo faz, pagando
uma miséria pela “vida” das pessoas – e na medida em que as pessoas iam saindo,
as suas casas eram colocadas ao chão para evitar que as mesmas voltassem ou que
houvesse uma nova ocupação.
Dois anos
depois não havia mais nada!
As águas não
chegaram ao nível desejado e a cidade foi destruída à toa!
O reservatório de Ribeirão das Lajes integra um complexo
de usinas hidrelétricas que até hoje abastece alguns bairros da cidade do Rio.
Suas águas deságuam na bacia do Rio Guandu, de onde vem a água da capital e boa
parte da região metropolitana do Rio de Janeiro.
Enfim, não dá
para compreende por que uma cidade inteira foi destruída dessa maneira.
Um antigo
morador da cidade revela que a igreja matriz era ornamentada em ouro até o teto
e tudo foi destruído com explosões por dinamite.
Erro de
cálculo? Talvez. Muito se especula sobre o porquê da total destruição da
cidade.
Hoje, o serviço de recuperação que está
sendo feito na cidade pelos arqueólogos é uma tentativa de restauração da
cidade com as peças encontradas no local.
Sobre a vida
cotidiana, são encontrados muitos poucos artefatos, uma vez que as famílias
foram retiradas do local. Uma ou outra peça esquecida ou deixada para trás é
encontrada, mas as ruínas da arquitetura surgem entre a beleza da natureza
local.
O parque foi criado
em 2011 e chegou a receber dez mil pessoas ao ano, mas a pandemia acabou
deixando esses números mais modestos.
A iniciativa de
recriar as estruturas da antiga e próspera cidade de São João Marcos, contar a
história de seus habitantes e criar um museu a céu aberto é uma iniciativa
Light, financiada pelo BNDES.
Quando eu
cheguei ao parque não sabia muito sobre o local ou sobre sua história. Mas o
parque dispõe de monitores para atender ao visitante.
Depois de
caminhar um pouco pelas ruínas, um misto de tristeza e revolta me invadiu, pois
destruiu-se casas, igrejas, clubes, teatros e sonhos e por nada, pois a represa
não alagou a cidade.
Vidas foram trocadas por nada!
São tantos os
absurdos da política brasileira que São João Marcos acaba sendo apenas mais
um...
Veja também:
Para fazer uma visita clique aqui
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Seu comentário é muito importante para mim e em breve irei respondê-lo.