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terça-feira, 9 de fevereiro de 2021

Parque Arqueológico e Ambiental São João Marcos


 


    História:

 

    Antes de entender o parque, temos que entender a história do local.

    São João Marcos era uma linda cidade com dezenas de ruas, praças, duas igreja, um teatro, um hospital, uma escola e até uma cadeia.

     A Cidade foi fundada em 1739 e por tem uma localização privilegiada, acaba se tornando berço da aristocracia rural, entretanto, com o declínio do café e o fim da escravidão, a cidade acabou perdendo parte da sua importância.

    São João Marcos teve a primeira estrada de rodagem do Brasil, dada a prosperidade do local.

    Entre 1905 e 1907 o distrito rural da cidade foi comprado pela concessionária de energia para a construção de uma usina e acabou transformando o Rio das Lajes em um grande lago artificial trazendo um enorme surto de malária que se alastrou pela região.

    A cidade parecia estar mesmo fadada à destruição, pois trinta anos a concessionária mostrou intenção de elevar o nível de água da represa e, com isso, a cidade seria inundada.

    Na tentativa de salvar a cidade, a cidade foi tombada pelo patrimônio histórico em 1939, mas em 1940, Getúlio Vargas “destombou” a cidade, permitindo a sua destruição.

    As famílias foram indenizadas – daquela maneira que a gente sabe que o governo faz, pagando uma miséria pela “vida” das pessoas – e na medida em que as pessoas iam saindo, as suas casas eram colocadas ao chão para evitar que as mesmas voltassem ou que houvesse uma nova ocupação.

    Dois anos depois não havia mais nada!

    As águas não chegaram ao nível desejado e a cidade foi destruída à toa!

O reservatório de Ribeirão das Lajes integra um complexo de usinas hidrelétricas que até hoje abastece alguns bairros da cidade do Rio. Suas águas deságuam na bacia do Rio Guandu, de onde vem a água da capital e boa parte da região metropolitana do Rio de Janeiro.

    Enfim, não dá para compreende por que uma cidade inteira foi destruída dessa maneira.

    Um antigo morador da cidade revela que a igreja matriz era ornamentada em ouro até o teto e tudo foi destruído com explosões por dinamite.

    Erro de cálculo? Talvez. Muito se especula sobre o porquê da total destruição da cidade.

         Hoje, o serviço de recuperação que está sendo feito na cidade pelos arqueólogos é uma tentativa de restauração da cidade com as peças encontradas no local.

    Sobre a vida cotidiana, são encontrados muitos poucos artefatos, uma vez que as famílias foram retiradas do local. Uma ou outra peça esquecida ou deixada para trás é encontrada, mas as ruínas da arquitetura surgem entre a beleza da natureza local.

    O parque foi criado em 2011 e chegou a receber dez mil pessoas ao ano, mas a pandemia acabou deixando esses números mais modestos.

    A iniciativa de recriar as estruturas da antiga e próspera cidade de São João Marcos, contar a história de seus habitantes e criar um museu a céu aberto é uma iniciativa Light, financiada pelo BNDES.

    Quando eu cheguei ao parque não sabia muito sobre o local ou sobre sua história. Mas o parque dispõe de monitores para atender ao visitante.

    Depois de caminhar um pouco pelas ruínas, um misto de tristeza e revolta me invadiu, pois destruiu-se casas, igrejas, clubes, teatros e sonhos e por nada, pois a represa não alagou a cidade.

    Vidas foram trocadas por nada!

    São tantos os absurdos da política brasileira que São João Marcos acaba sendo apenas mais um...



Veja também: 

Álbum de Fotografias




   Para fazer uma visita clique aqui



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